*Extraído de http://www.rotary.org/
Por Ryan Hyland Notícias do Rotary International — 24 de abril de 2009
Durante muitos anos, o rotariano Sam Harris guardou suas memórias de sobrevivente de um campo de concentração nazista. Contudo, as amizades que fez no Rotary lhe deram coragem para tornar pública a experiência que teve, incentivando ele e um grupo de sobreviventes do Holocausto a construir um museu para manter viva a memória. Harris, com 73 anos, é sócio do Rotary Club de Northbrook, EUA, desde 1970 e presidente do conselho diretor do Illinois Holocaust Museum and Education Center em Skokie, inaugurado em 19 de abril em cerimônia que contou com palestras do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e do ganhador do Prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel.
O prédio de aproximadamente 6.000 m2 abriga uma coleção de 2.000 testemunhos de sobreviventes, na maior parte residentes da região, assim como fotografias, artefatos e um volume original de transcrições dos julgamentos de Nuremberg. Pode-se ver também um vagão como os usados para transportar pessoas até os campos de concentração.
O rotariano conta que ficou amigo do rabino William Frankel em uma reunião de clube em 1977. Frankel convenceu-o da importância de contar às gerações futuras as atrocidades ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial.
"Queria que a minha história de alguma maneira ajudasse a impedir que o Holocausto acontecesse novamente", justifica Harris. "O Rotary sempre me deu apoio pessoal e teve um papel importante na execução do meu sonho de construir o museu do Holocausto."
Harris juntou-se a um grupo de sobreviventes chamado de Holocaust Memorial Foundation of Illinois em 1988. Ele se lembra claramente da primeira vez em que comentou no clube de Northbrook a decisão de construir um museu, há aproximadamente 10 anos.
"Minutos depois de eu falar sobre o museu, praticamente todas as pessoas que estavam sentadas na minha mesa haviam se oferecido para ajudar. Até o final da reunião vários outros sócios também haviam se oferecido. De uma hora para a outra, tinha formado uma comissão", ele conta. "O Rotary esteve presente desde o início. Meu projeto não teria sido executado desta maneira não fosse pelo apoio dos rotarianos."
Sam Harris perdeu seus pais e a maior parte de seus irmãos em campos de concentração. Depois da guerra, sua irmã Sara e ele foram mandados para os Estados Unidos por sua irmã mais velha que tinha se casado em um campo de concentração. Sam e Sara moraram com uma família temporariamente até serem adotados por uma família de Northbrook.
"Entrar para o Rotary foi uma das melhores coisas que já me aconteceu", conta Harris. "Ser rotariano me deu direção na vida. Todas as pessoas que conheci através do Rotary são especiais."
Harris está agora arrecadando fundos para colocar uma placa em homenagem ao Rotary no museu. "Não posso imaginar um lema que descreva melhor este museu, ou os sacrifícios que foram feitos por mim e pelos outros sobreviventes, do que Dar de Si Antes de Pensar em Si."